carta perdida de julieta
não será um nome. não haverá nenhuma palavra capaz de desviar os meus olhos de ti. não será sequer o sangue que te corre dentro, ou a espada, suja com restos dos meus, que carregas à cintura. é esse o nome por que quero ser chamada, é esse o sangue que quero ver pulsar nos meus filhos, é essa a espada que quero tirar-te da cintura todos os dias quando chegares a casa. não será sequer a morte. cada ruga que o tempo gravar na tua cara será um risco que os meus dedos seguirão fielmente, como quem caminha sempre na direcção da vida. e se um dia me morreres, esperarei a morte atenta e ansiosa como hoje espero ouvir os teus paços a trepar a minha varanda.
por isso, vem.
é no teu abraço que descubro a vida que falta viver, para que se cumpra a julieta que tenho de ser.
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