exercício de distância, terceiro e último
dizer já não chega para me esterelizar do vazio. assumo-o agora. fiquei com o coração que não te dei nas mãos (nas minhas), apertado, sem saber para onde o atirar. com delicadeza e óculos escuros, sento-o de novo à espera, e sem rede. sem esperança absolutamente nenhuma. é, porém em ti que escolho ficar. ainda que longe. e apesar do medo do que isso me exige: ser-o-enquanto. em tudo.
e, levanto-me e digo-o de pé: aprenderei da vida e com sangue a ser este ainda-não, e sei que morrerei esgotada (como se tem de morrer). mas não serei nunca menos, não serei nunca adiada.
o cálice é amargo mas aceito-o e beijo as mãos de quem mo dá: não há justeza na distância. assumo-me aqui. fico. eu fico.
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