uma verdade inconveniente
ela fez aquela expressão que ele já aprendera a reconhecer . ele abriu mais os olhos, preparando-se para receber alguma coisa que não ia saber como segurar. pôr a mão atrás da cabeça, como aos bebés, com força para sustentar, cuidado para não esmagar. uma espécie de tesouro - a única possível. ela disse-lhe:
- por tua causa percebi que sou uma princesa arquimédica. com um ponto de apoio movo o mundo.
era o princípio da primavera. tudo podia acontecer. eles conquistavam todos os dias a liberdade. eram serenos, mas doídos e via-se. e tinham saudades, mas. despediram-se. eram uma tatuagem desconfortável um no outro. e sabiam, e doía, que precisavam de se transformar em memória, mas nenhum deles queria ser assim tão antigo.
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