uma mulher queria rezar
mandou levantar o cerco do coração, tirou também os óculos de sol, e ajoelhou-se. logo o corpo lhe caiu, exausto, triste. pregada ao chão, as pontas dos cabelos molhadas de choro silencioso, as mãos brancas de vazias, olhou com verdade para a escuridão de os lugares feios de si, e deu-lhes nomes. não sabia se ia aguentar. acabou, tremia, fraca como não se queria deixar ver, e saiu-lhe rouca, num grito abafado, a voz: este é o meu corpo.
não foi preciso mais nada para se saber recebida.
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